Houve um tempo em que muitos estudantes de direito do mundo sonhavam trabalhar em reconhecidos escritórios de advocacia dos Estados Unidos, como Skadden e Cleary Gottlieb Steen & Hamilton, responsáveis pelos bilionários contratos em Wall Street. Hoje, apesar de ainda importante, o mercado americano concorre com outros países a exercer atratividade aos futuros advogados. Escritórios da China, Índia, Rússia e Brasil ganharam fama mundial ao estruturarem, nos últimos anos, grandes fusões entre empresas de países emergentes, além de ofertas de ações históricas, como a da Petrobras, que captou 120 bilhões de reais em setembro. Segundo a Thomson Reuters, foram movimentados somente no país mais de 38 bilhões de dólares apenas em operações de fusões e aquisições nos primeiros nove meses de 2010.
Estas cifras têm despertado a atenção de jovens advogados interessados em desbravar mercados emergentes. No Brasil, a atratividade, que antes se restringia ao setor bancário ou de óleo e gás, agora se volta para a área jurídica. Concorrem para isso grandes investimentos que devem chegar ao país nos setores de infraestrutura e construção civil, que, logicamente, exigirão acompanhamento jurídico – principalmente em contratos, financiamento de projetos e fusões e aquisições. “As pessoas inteligentes percebem para onde o dinheiro está indo e tentam chegar lá primeiro. É uma questão de pegar a onda certa”, afirma a chinesa Charmaine Xiaomei Qin, responsável pela área de negócios asiáticos do escritório Souza, Cescon, Barrieu & Flesch, e que está no país desde junho de 2009. “A China se revelou o maior parceiro comercial do Brasil e certamente os projetos para a Copa do Mundo e as Olimpíadas irão estimular os acordos de comércio entre os dois países. E isso faz do Brasil um lugar de boas oportunidades”, diz Charmaine.